segunda-feira, 25 de abril de 2011

É isso que comemoramos

     Hoje é páscoa. E é bom lembrarmos que a origem dessa festa não é um coelho e, muito menos, os supostos ovos de chocolate que ele deixa para as pessoas. Esta comemoração é mais antiga, por exemplo, povos europeus antigos comemoravam algo semelhante na mudança de estação do ano, na época de colheita, o povo judeu comemorava a festa dos pães sem fermento para agradecer a libertação que tiveram do povo egípcio e, para os cristãos, é comemorado um dos acontecimentos mais importantes que existiu para esse povo. Devido a esse breve introdutório sobre a páscoa, é evidente que tratar essa data como apenas um dia de trocas de chocolate é muito fútil. 

     Falando um pouco mais sobre a comemoração dos cristãos, é possível citar que a páscoa é uma data em que se confronta a morte. Talvez por isso, seja uma data tão importante e tão especial, pois muitos negligenciam a morte, mas sabem que vão ter que enfrentar ela. Jesus encarou a morte e, dias antes da páscoa, falou que tudo se consumava com a sua crucificação. Mesmo quando todos comentavam que Jesus havia perdido, Ele permanecia na afirmação de que a morte era o caminho para a vida. Meio estranho isso, e até mesmo os discípulos não entendiam direito. É complicado de entender como alguém minutos antes de ser assassinado profere afirmações de que isso trará vida.

     Então, Jesus morre. Fato que, segundo Ele, traria a vida. A princípio nada aconteceu, passaram alguns dias e as pessoas que acreditavam em Jesus começaram a fraquejar na fé, a se esconder, a se homogeneizar na sociedade, enfim, passaram a descrer do que outrora era fato. Então, aconteceu algo que é muito desacreditado pela ciência, Jesus ressuscitou. Ele apareceu para mais de um discípulo, descaracterizando um cenário de possível loucura de um deles, ou de esquizofrenia, sem contar que a bíblia relata que os discípulos não reconheceram Jesus de pronto, fato que não acorre quando alguém "cria" a pessoa amada em sua mente.  E depois disso, Cristo, some. A partir de então, o cristianismo se espalha, e os desacreditados cristãos passam a falar de Jesus com um fervor que nenhuma outra religião tinha sido pregada, tanto que quase todos os discípulos sofreram mortes duras por causa da atividade de pregação que realizavam no meio do povo, no meio de um império romano. 

     
     Fica a reflexão: como de um dia para o outro os fracos seguidores de Jesus se tornaram os mais focados pregadores do evangelho? Dispostos a morrer por aquilo que pregavam? Alguma coisa aconteceu, e isso que aconteceu que é comemorado por nós, cristãos, no dia de hoje. Jesus morreu por nós, para nos livrar de nós mesmos, para que saibamos que andar sem Deus é o caminho para a destruição. E não precisa ser um gênio para ver perceber que quando o homem segue as suas próprias regras a vida não vai bem e muitos são feridos, mas poucos olham para a morte de Jesus, poucos procuram entender esse significado, poucos entendem que foi por amor, poucos sabem que Deus permitiu isso, poucos entendem que um ser sem pecados precisou morrer para que enxergássemos nossos pecados e lutássemos contra eles para o bem do próximo e de nós mesmo, são poucos. Mas para esses poucos, que não estão comendo quilos de chocolate agora, que a alegria e a certeza de que não precisamos temer a morte nos conduza para uma vida de amor e sacrifício, para o bem do próximo e de nós mesmos.

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