segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mentirosa vida

         A nossa vida, quase sempre, é uma mentira. É isso mesmo. Lutamos por um time de futebol, por uma banda, por idéias que nem colocamos em prática, por estilos de roupa, por uma construção, por uma tradição, por colegas temporários,  por pessoas do mesmo sangue, por uma instituição e tantas outras, as nossas mentiras. E por elas somos capazes de humilhar, desprezar e, até, matar. E quando vemos essas mentiras enfraquecendo, lutamos para retomá-las, custe o que custar, novamente, entra o humilhar, desprezar e matar. 

         Nem sempre é uma questão de poder e dinheiro o interesse em nosso mundo. Hitler não matou uma nação para poder andar de carro novo, mas sim para não morrer, e não fisicamente, mas para não morrer junto com as suas mentiras. E por isso, ele teve que mantê-las, novamente, com humilhação, desprezo e mortes. Seria possível citar incontáveis exemplos, mas o importante é perceber como, por vezes, passamos uma vida cultivando uma mentira e somos capazes de muita coisa para mantê-las, pois elas se tornam nossa alegria e objetivo de vida, mas não deixam de ser mentiras. 

        Não é fácil aceitar o que Jesus falou, mas Ele disse: "Qualquer que procurar preservar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, conservá-la-á." (Lucas 17, 33.) E uma das interpretações desse ensinamento é bem clara: perca a sua vida de mentiras, tire seu coração de coisas vagas, de coisas que não perduram, de coisas que machucam os outros. Se machuque um pouco, mate as mentiras e, assim, viva.


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