terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Decepção (Retrospectiva 2012)


 Perdoar não é uma tarefa das mais fáceis para o ser humano. No entanto é mais difícil ainda perdoar a alguém que amamos, que nos entregamos, uma pessoa em quem confiamos e nos traiu. Toda decepção machuca, mas o desapontamento causado por um amigo, um irmão, um amor, nos machuca muito.

    O coração decepcionado pode atirar-nos num estado de decepção e rancor, passando a abrigar feridas profundas e lembranças amargas, tornando-se difícil para nós confiarmos de novo em alguém.

    Gostaríamos de evitar os desapontamentos, mas não há como ser feliz sem confiar, e não há como confiar sem correr o risco da desilusão. Amar é abrir-se, é tornar-se acessível, é oferecer-se ao encontro, é ficar vulnerável, é arriscar-se.

    As pessoas que foram mais felizes, as que deixaram marcas mais positivas na história da raça humana, foram as que mais amaram a muitos com muita intensidade. Foram, também, as que experimentaram o sofrimento e o desapontamento.

    No momento em que Jesus Cristo mais precisou de seus amigos, eles o abandonaram. Depois de tudo o que fizera por eles, tudo o que lhes ensinara, tudo o que passaram juntos, eles o deixaram.
Jesus não desanimou porque ele não esperava o reconhecimento por parte dos homens. Esperava-o de Deus. E o Pai não decepciona nunca.

    Devemos estar cientes de que o desapontamento é uma das possibilidades em nossos relacionamentos humanos, já que estamos lidando com pessoas, que, como nós, são falhas e limitadas.

Quantas vezes não decepcionamos o Senhor?

Quantas vezes não desapontamos nós mesmos?

Assim também podemos desapontar os outros, ou com eles decepcionarmo-nos. Mas se vivemos, trabalhamos, amamos e ajudamos, esperando apenas o reconhecimento de Deus, então a vida se enche de um novo significado. “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.” (Cl. 3.23,24).

    Jesus enfrentou a decepção com ânimo e confiança porque contemplava o Pai. Se os nossos olhos estiverem firmados em Deus e neles brotarem lágrimas provenientes do abandono, da ingratidão ou da desilusão. O Senhor as enxugará. Ele é o único do qual podemos esperar o reconhecimento e o galardão. O único que nunca decepciona. “O que encobre a transgressão busca a amizade, mas o que renova a questão, separa os maiores amigos” (Pv. 17.9).

    A amargura pode criar raízes profundas. Amizades podem ser perdidas. O orgulho cobra um preço alto pela sua manutenção: a nossa infelicidade. “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados.” (Hb. 12.15).

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